Atualizado para 82 números de resgatados em situação semelhante à escravidão em lavouras de arroz no RS

Contagem oficial foi atualizada após cruzamento de dados das variadas equipes de resgate que participaram da operação na sexta-feira (10) em Uruguaiana, na Fronteira Oeste do estado.

Subiu de 56 para 82 o número de trabalhadores em situação semelhante à de escravos resgatados em lavouras de arroz na cidade de Uruguaiana, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. O primeiro registro foi feito na sexta-feira (10), quando a operação foi realizada. Neste domingo (12), a contagem oficial foi atualizada, em razão do cruzamento de dados das equipes de resgate.

“Os trabalhadores estão em vários lugares diferentes e, além disso, foram várias equipes. Então, nós só conseguimos terminar de cruzar os dados hoje [domingo, 12]”, explica Hermano Martins Domingues, procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) no RS.

Dos 82 resgatados, 11 são adolescentes. Ao todo, 54 pessoas estavam na estância Santa Adelaide e 28, na São Joaquim, segundo a investigação.

Os proprietários da estância São Joaquim disseram que a propriedade está arrendada para uma pessoa que faz o plantio do arroz no local. Eles alegam que não sabiam das suspeitas de exploração de mão de obra e condenaram o que ocorreu. “Jamais imaginamos estarmos envolvidos em uma situação dessas”, diz um dos proprietários.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em conjunto com a Polícia Federal (PF) e com o MPT, busca identificar quem são os empregadores dessas 82 pessoas.

De acordo com Vitor Siqueira Ferreira, auditor-fiscal do trabalho, há dúvida sobre quem são os empregadores porque os responsáveis pelas lavouras teriam contratado uma empresa para semear e cultivar o arroz. Teria sido essa empresa que contratou o agenciador que forneceu a mão de obra, um homem de 56 anos, natural de Uruguaiana. O suspeito chegou a ser preso, mas foi liberado após pagar fiança. Ele não tinha empresa constituída e exercia uma forma de recrutamento “informal e precária”.

Até a atualização, a operação era a terceira maior da história do estado. Agora, com a nova contagem, o resgate passa a ser o segundo maior em número de trabalhadores, atrás apenas do resgate de 207 trabalhadores em plantações de uva em Bento Gonçalves, na Serra, em fevereiro.

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